Como sair de um relacionamento abusivo? Veja 6 dicas
Você acha que pode estar em um relacionamento abusivo? Saiba mais sobre o que configura esse tipo de relação e caminhos para sair dessa.
Diferentemente do que muitas pessoas pensam, o relacionamento abusivo não acontece somente com a violência física. Existem diversas formas de agredir uma pessoa, seja psicologicamente, seja sexualmente ou de maneira patrimonial. Devido ao fato de outros tipos de violência, para além da física, às vezes serem menos ostensivas ou nem reconhecidas como violência, eles podem ser menos considerados pelas pessoas. Isso não quer dizer que sejam menos graves.
Relacionamentos abusivos podem acontecer em relações heterossexuais e homossexuais. Apesar de não apenas homens poderem ser causadores dos abusos, por uma questão cultural da sociedade patriarcal e machista, é mais frequente encontrar casos em os homens cometeram tais atos.
É importante ter atenção a qualquer desconforto que surja dentro de um relacionamento e, caso conversas não sejam suficientes para resolver, dar um fim à relação, por mais difícil que isso possa parecer. Neste post, vamos falar um pouco mais deste tema, como quais são sinais de alerta de que um relacionamento não vai bem, e indicar alguns caminhos que poderão auxiliar na jornada nem sempre simples de sair de um relacionamento abusivo.
1. Aprenda a identificar os sinais de abuso
Um relacionamento abusivo pode acontecer com qualquer um de nós. É necessário quebrar o estereótipo de que pessoas bem sucedidas, divertidas, de bem com a vida, instruídas, bem resolvidas ou mesmo fortes não podem ser vítimas de abusos em suas relações.
É importante entender que não só hematomas acusam abuso. É preciso, ainda, afastar a crença errônea de que apenas pessoas vulneráveis, ingênuas ou submissas são vítimas de agressões. Nas próximas dicas, vamos falar um pouco sobre esses sinais e como contorná-los, mas adiantamos que abusos não são apenas gritos ou violência física.
2. Tenha atenção ao cotidiano do relacionamento
Pode parecer contraditório, mas o excesso do que se chama de amor é um padrão nos relacionamentos abusivos, em que quem abusa tem um grande poder de sedução. Existe um comportamento excessivamente romântico, gentil, e muito apaixonado, buscando sempre nutrir a autoestima da vítima.
Normalmente, esse tipo de atitude acontece após uma briga, discussão por ciúmes, cobranças, humilhações ou qualquer atrito que gere um desconforto. Esse romantismo aparece como um tapa buraco, então, cuidado! Não existe amor quando apenas um dia da semana ou do mês o casal permanece em paz. E amor não tem relação com violência: ninguém abusa, sejam física ou verbalmente, por excesso de amor.
É necessário ter atenção ao cotidiano e perceber nas atitudes diárias demonstrações de afeto, e não em ocasiões pontuais. Se o amor e o romantismo só aparecem porque existem brigas, está na hora de fazer a fila andar.
3. Não permita que a pessoa abale sua autoestima
Outro aspecto de um relacionamento abusivo está na exigência de mudança do comportamento ou da aparência, de uma forma sutil ou não. Mas entenda que não estamos falando de críticas construtivas, que visam a aprendizagem, crescimento e evolução.
Em um relacionamento tóxico, a pessoa agressora faz sugestões moralistas de mudanças, expondo perfeição no seu ponto de vista, e mostrando como sua ideia vai “beneficiar o caráter e a aparência da vítima”.
Muitas vezes, o abuso vem de frases como:
“O que acha de emagrecer?”
“Deveria comprar roupas novas, com um estilo que evidencie mais a sua beleza.”
“Acho que deveria cortar o cabelo.”
“Deveria parar de ir a tais lugares, não são para pessoas como você.”, entre outras.
Fazer algumas mudanças que nos melhorem como pessoa não é um problema, mas sim, quando essas transformações nos prendem, diminuem ou anulam nossas vontades e expressões próprias. Se está mexendo com a sua autoestima e personalidade, é sinal de alerta.
Converse com um psicólogo. O profissional pode ajudar você a reconstruir o amor próprio para conseguir sair dessa situação.
4. Entenda se há dependência emocional em jogo
É difícil se identificar em um relacionamento abusivo por, muitas vezes, as atitudes serem confundidas com sentimentos de afeto e proteção. Com o tempo, as máscaras caem e esses comportamentos se tornam armas de chantagens.
Quanto mais aumenta o poder da pessoa agressora, mais a vítima é diminuída, tornando o seu “protetor” fundamental na sua vida, eliminando seu poder de decisão. A dependência emocional é um dos perigos do relacionamento abusivo porque, quando ela acontece, fica difícil se desprender da relação.
É preciso reconhecer o problema, abrir o jogo com as pessoas que ama para que elas ajudem a manter você longe do ex. Às vezes, podem haver recaídas, não se sinta mal por isso. Peça ajuda e, se necessário, busque apoio de profissionais da saúde mental.
5. Se necessário, denuncie
É comum que, com o tempo de relacionamento, o casal vá adquirindo intimidades, e algumas críticas acabam surgindo. O problema é que, quando o relacionamento é abusivo, elas são mais constantes e evoluem para violência moral por meio de xingamentos.
Entretanto, em sua maioria, os comentários despretensiosos têm ainda mais poder, pois minam a defesa e atrapalham o entendimento objetivo. Dessa forma, é importante sempre estar alerta se a outra pessoa:
não se importa com suas conquistas;
ridiculariza seus gostos e opiniões;
pede para você se afastar da família e dos amigos;
torna você responsável pelas atitudes agressivas dela;
grita ou desconta a raiva em objetos para causar medo;
não assume suas atitudes e afirma que foi por conta do estresse ou da bebida;
tem crises de ciúme com muita frequência e por pequenas coisas;
vigia seus hábitos, conversas e redes sociais;
controla suas finanças;
proíbe o uso de determinadas roupas ou companhias;
vive pedindo desculpas, dizendo que vai mudar, mas não muda a forma de agir;
faz você acreditar que o salvou de ser uma má pessoa e que hoje é melhor graças a você;
parte para a agressão verbal quando está em xeque, fazendo você questionar a própria sanidade e capacidade de analisar os fatos;
mantém você com insegurança, medo, com a autoestima baixa e sempre infeliz;
sempre faz ameaças e chantagens.
Se já chegou a esse ponto, procure ajuda jurídica. Denuncie. A sua integridade pode estar em jogo.
O Governo do Brasil tem uma Central de Atendimento à Mulher para denúncias e atendimentos sobre os direitos da mulher. O contato é gratuito, pelo número 180, mas também é possível fazer o contato de forma online, basta acessar o site.
6. Busque uma rede de apoio
Reforçamos a importância de buscar uma rede de apoio assim que perceber os sinais de uma relação abusiva. Converse com amigos ou familiares de confiança, peça que sejam compreensivos, que te convidem para sair, se divertir e se distrair para se manter longe do parceiro ou parceira que faz mal a sua vida.
Nos casos de dependência emocional, o trabalho do psicólogo deve ser valorizado. A terapia vai ajudar a entender melhor por que você não consegue sair da relação e, juntos, vocês encontrarão mecanismos para recuperar a autoestima e viver uma vida plena e feliz novamente.
Em casos de violência, denuncie. Não tenha vergonha e nem aceite atitudes violentas e abusivas. Entenda que a culpa não é sua.
Após conseguir romper as amarras do relacionamento abusivo, mantenha distância. A pessoa agressora é sedutora e utiliza do romantismo para se aproximar, faz promessas que dificilmente vai cumprir, com o objetivo de atrair você novamente.
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